sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Morre Christopher Hitchens

Fonte: BBC

Polêmico jornalista e ateu britânico Christopher Hitchens morre nos EUA aos 62 anos


Morreu em Houston, Texas, aos 62 anos de idade o polêmico escritor, literato e jornalista britânico Christopher Hitchens, autor de Deus não é grande.

A revista americana Vanity Fair, para quem Hitchens escreveu por muitos anos, descreveu-o como "um crítico incomparável, sagaz e inflamado e um destemido bom vivant". Graduado em Oxford, Hitchens começou sua carreira como jornalista de esquerda na Grã-Bretanha nos anos 1970. Em 1981, se mudou para Nova York e para a direita política.

Atruibui-se a ele o termo "fascismo islâmico", criado depois dos atentados em Nova York em 11 de setembro de 2011.

Seu livro Deus não é grande é uma apologia ao ateísmo. Ele é autor de outros 16 obras.

Em julho de 2010 Hitchens foi diagnosticado com câncer de estômago. A causa de sua morte foi uma pneumonia decorrente das complicações da doença.

Meus Comentários

Não tenho muito o que comentar sobre a morte de Hitchens. Certamente foi uma pessoa inteligente mas que não usou sua inteligência para a gloria de Deus. Era declaramente um rebelde, ou seja, uma pessoa extremamente emocional e rancorosa contra Deus.

Em um de seus debates com Dinesh D'souza ele disse que, se ao morreu, descobrisse que estava errado, iria para o inferno com muito orgulho.

É com tristeza que digo que as chances de nós o encontrarmos no céu, regenerado por Cristo, parecem ser muito poucas.

Por fim, gostaria de corrigir duas informações na matéria da BBC. (1) O cancer não era de estômago mas de esôfago e (2) ele não "se mudou para a direita política". Hitchens continuou esquerdista a vida toda. O artigo deve ter sido escrito por algum marxista xiita que chama de direita todos que discordam de alguma doutrina do cânon de Marx.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Sorteio do livro: "O JESUS QUE NUNCA EXISTIU"


Nestes dias que antecedem o Natal e a mídia secular se prepara para apresentar novas versões aberrantes de Cristo, oferecemos para sorteio aos nossos leitores o livro "O Jesus que Nunca Existiu" do Dr. H. Wayne House (Faith Evangelical Seminary). Nas palavras do filósofo e apologeta J. P. Moreland, "Este livro é único na literatura atual sobre Jesus. Qualquer pessoa que queira uma apresentação clara do Jesus real não poderia encontrar uma fonte melhor que esta. Recomendo muitíssimo esta leitura".

Veja informações completas sobre o sorteio no site www.apologia.com.br

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

William Lane Craig Defende o Genocídio de Descrentes... Será?



Richard Dawkins continua apelando, obstinadamente, para mentiras e difamações contra o Dr Craig.

Para evitar a humilhação de ser massacrado por ele em um debate, Dawkins inventou agora que Craig defende o genocídio de descrentes.

Este é um trecho é de uma aula que Craig deu na Inglaterra. Aqui Craig responde em detalhes a acusação de Dawkins.

Quem não viu a palestra está perdendo. Craig submeteu a obra panfletária e de auto-ajuda, Deus, um Delírio, ao crivo lógico, racional e científico. Claro que não sobrou nada do livrinho do aiatolá do ateísmo new age.

Ainda não há tradução da palestra toda para o português, e não sei se há alguém trabalhando nisto, mas quem quiser assistir em inglês está aqui.

Esta aula era para ser um debate entre Dawkins e Craig, mas o primeiro não apareceu, claro. Craig então deu sua palestra e respondeu a críticas feitas por TRÊS professores de Oxford.

sábado, 12 de novembro de 2011

Documentário "180", o Que Mudou Suas Mentes em Segundos?



Produção fantástica.

É uma comparação do que Hitler fez, assassinando milhões de pessoas, incluindo 6 milhões de Judeus, com um holocausto moderno onde mais de 50 milhões de bebês já foram mortos, por aborto, nos EUA.


O entrevistador tem uma forma inteligente e não agressiva de questionar a posição das pessoas em assuntos como aborto, justiça e salvação, fazendo-as enxergar suas contradições. Isto as leva a uma volta de 180º - daí o nome do documentário -  transformando-as em defensoras da vida e, muitas, interessadas pelo evangelho de Jesus.

Uma valiosissima ferramenta de conscientizaçao e evangelização.

Legenda em português disponível.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O que houve com Rachel Sheherazade?


Rachel Sheherazade é uma inteligente e bela jornalista que ficou muito conhecida na internet por falar verdades sobre o carnaval que nenhum outro jornalista teve coragem ou decência para falar.  O vídeo já teve até hoje mais de 800 mil acessos.

Na época ela trabalhava no Tambaú Notícias em João Pessoa/PB. Hoje ela está em rede nacional do SBT.

Mas algo ocorreu, em um post recente em seu Blog ela defendeu a chamada "Comissão de Verdade" petista. Ela chama a Lei da Anistia de algo "infeliz" e repetiu o mantra de que os revolucionários sanquinários tupiniquins foram "lutadores que morreram pela democracia".

Segue uma cópia do post dela:

Titulo: Verdade?

assista ao video:

http://www.sbt.com.br/jornalismo/noticias/?c=11769&t=Senado+aprova+projeto+para+criacao+de+Comissao+da+Verdade

O Senado Federal aprovou o projeto de lei que cria a chamada Comissão da Verdade, que investigará violações aos direitos humanos entre as décadas de quarenta e oitenta. 

Não há dúvida: a Comissão da Verdade será um marco histórico no país, mas não redime o Brasil de seus pecados mais tenebrosos. Por que vai somente investigar crimes de tortura, assassinatos, ocultação de cadáveres praticados entre 1946 e 1988.

Mas a comissão não vai punir os criminosos de farda, que têm garantido o direito à impunidade, assegurado na infeliz Lei da Anistia.

Para fazer justiça a quem lutou e morreu pela democracia é preciso rever essa lei. Conhecer a verdade é preciso, mas verdade sem punição não faz sentido.


Meu Comentários (MikeMooreAC)

Postei lá no Blog dela meus comentários. Não sei se foram aprovados mas reproduzo aqui:

Cara Sra Rachel Sheherazade,

Conheci a sra pelo famoso vídeo onde denunciava a farsa do carnaval com muita sobriedade, verdade e clareza. Foi um prazer imenso assistir a uma ponta de decência e limpidez no rio quase completo de mentiras, manipulações e safadezas da mídia brasileira, quase toda ela vendida direta ou indiretamente para as baixarias do pensamento comunista marxista.

Este post em defesa da "comissão da verdade" é algo que destoa completamente do referido vídeo.

Qual verdade pode sair de uma comissão composta por membros de apenas uma das partes envolvidas?
Qual verdade pode sair de um grupo de pessoas movidas apenas pelo rancor, ódio aos valores tradicionais, a família, a cultura e aos bons costumes?

Não se iluda minha cara, atualmente o PT não é um partido democrático em qualquer extensão do termo.

Cito dois grandes juristas que provam isto:

Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, indignado com a escalada do autoritarismo do PT atual.

Dr Ives Gandra Martins explica o PNDH-3 (Programa soviético do PT que quer transformar o Brasil numa venezuela)

Outros internautas já postaram comentários apontaram outros problemas e tenho certeza que muitos outros ainda o farão.

Minha oração é para que a sra não venda sua dignidade em troca de nada, que mantenha a mesma sobriedade e espírito de verdade que todos nós vimos em suas sábias palavras sobre o carnaval.

Que Deus te abençoe.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Você já convenceu algum ateu?


Pergunta via FormSpring:

Você já conseguiu convencer algum ateu de que Deus existe?

Autor: Anônimo

Resposta:

Não sei, mas já consegui que muitos que se diziam ateus admitissem que na verdade não eram ateus coisa nenhuma, só não aceitavam o deus cristão.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Encaremos os Fatos: Dawkins é um Frouxo


Autor: Rabino Moshe Averick
Fonte: algemeiner.com

Tradução: MikeMooreAC

Encaremos os Fatos: Dawkins é um Frouxo

Richard Dawkins, o mais alto clérigo na classificação na hierarquia do Ateísmo da Nova Era, recentemente, informou-nos da razão "real" porque ele se recusa a aceitar o convite da Universidade de Oxford para o debate com o renomado teólogo cristão, Dr. William Lane Craig. Dawkins hipocritamente declarou que desde que Craig é um "apologista do genocídio", ele está "orgulhoso de deixar a cadeira vazia em Oxford." O "genocídio" em questão é a guerra dos israelitas contra os cananeus moralmente devassos que ocorreu 33 séculos no passado (Para aqueles que acham a matemática difícil, isto é 3.300 anos atrás.). Concordar ou não com a análise das passagens feita pelo Dr. Craig é realmente irrelevante. Nem mesmo um hater da religião como Christopher Hitchens (que debateu com Craig) jamais sonhou de acusar Craig de defender o genocídio e a violência gratuita contra os não-crentes.

O que faz todo esse episódio melodramático ainda mais curioso são as posturas morais bastante questionáveis do próprio Richard Dawkins. Considere o seguinte: Em um artigo na Scientific American (Novembro, 1995) Dawkins nos informou numa linguagem crua e direta sua visão existencial da realidade, "O universo que observamos tem precisamente as propriedades que deveríamos esperar se não há, no fundo, nenhum projeto, nenhum propósito, nenhum mal, nenhum bem, somente a indiferença impiedosa." Isto, obviamente, é uma expressão honesta e sincera da cosmovisão ateísta. Em um universo puramente materialista, não há espaço para realidades metafísicas como o bem e o mal. Como filósofo ateu Joel Marks apontou, "Os fundamentalistas religiosos estão corretos, sem Deus não há moralidade ... o ateísmo implica amoralidade, e desde que eu sou ateu, eu devo, pois, subscrever a amoralidade." Isto ecoa a observação perturbadora de outro ateu famoso , Sigmund Freud: "No momento em que as perguntas de um homem se voltem para o sentido e o valor da vida, ele está doente, já que objetivamente ambos não tem qualquer existência."

Em um artigo escrito para Edge em 2006, Dawkins explicou que em um universo materialista e determinista, "culpa e responsabilidade" [grifo meu], "na verdade o bem eo mal" nada mais são do que construções mentais e "ficções úteis", que são " embutido em nossos cérebros por ... Evolução Darwiniana "O Filósofo ateu Michael Ruse concorda inteiramente: ".. A moralidade é uma ilusão postas em prática por seus genes para torná-lo um cooperador social." Se o bem e o mal não forem realidades metafísicas, se o ateísmo implica amoralidade, se a moralidade é uma ficção útil e uma ilusão, se na realidade objetiva a vida não tem sentido nem valor; por que exatamente Dawkins está tão moralmente indignado sobre uma guerra que teve lugar 3.300 anos atrás, e com um teólogo cristão moderno que tenta entender o sentido daquela guerra de maneira bastante imparcial e bastante reflexiva? Dawkins também ignora convenientemente que os maiores assassinos na história da humanidade foram todos ateus; Josef Stalin: 20-30.000.000 Mao Tse Tung: 50-70.000.000 Pol Pot: cerca de 2.000.000. É importante notar que estes homens cometeram suas atrocidades, não foi há 3.300 anos atrás, mas em meados do século 20! Não estou sugerindo, nem mesmo remotamente, que Dawkins seja capaz de assassinato em massa, mas alguém poderia pensar que este simples fato histórico pode temperar a sua indignação um pouco.

Tudo isso nos leva à conclusão de que a acusação que Dawkins tem lançado contra Craig não é o motivo de sua recusa em se engajar no debate, é uma desculpa. A verdadeira razão pela qual Dawkins não debate Craig é a mesma razão pela qual ele se recusa a debater com Dr. Stephen Meyer, do Instituto Discovery, sobre a Origem da Vida. Ele está com medo. Ele tem medo de debater com adversários do calibre de William Lane Craig e Stephen Meyer. O autor ateu Sam Harris observou que Craig é "o apologista cristão que parece ter colocado o temor de Deus em meus companheiros ateus." Mesmo um blogger não-crente como  o The Guardian, Daniel Came ("Como um cético, eu tendo a concordar ... sobre a falsidade do teísmo. "), escreve que," Por isso, é bastante óbvio que Dawkins está usando estas afirmações de maneira oportunista, como uma cortina de fumaça para esconder os verdadeiros motivos para sua recusa em debater com Craig." Vamos lá, Professor Dawkins, você não está enganando ninguém, é hora de sair do galinheiro e lutar como um homem.

Rabino Moshe Averick é um rabino ortodoxo e autor do Nonsense of a High Order: The Confused and Illusory World of the Atheist. O livro está disponível na Amazon.com e Kindle. Averick rabino pode ser contactado pelo seu website.

Meus Comentários (MikeMooreAC)

Dawkins parece estar em uma sinuca de bico criada por ele mesmo. Me parece claro que ele já percebeu que não pode mais sustentar seu argumento "Boing 171" contra a existência de Deus depois que o Dr Craig fez uma refutação simplesmente arrasadora.

Sendo soberbo demais para admitir que errou não em algo perifério em Deus um Delirio, sua "obra prima", mas bem no coração dela, ele parte agora para todo tipo de ataque e truque fajuto contra Craig para justificar o injustificável.

Que ele vá voltar atrás me parece muito improvável. O mais certo é que ele e suas tietes irão cada vez mais se fechar em sua seita revolucionária neoateísta, totalmente alheios as críticas que vem de todos os lados do mundo real: ateus, cristãos, judeus etc.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Neoateísmo e Verdade Não Se Misturam


Quanto mais debato com neoateus mais percebo que quase tudo que sai da boca deles é tão a priori improvável quanto empiricamente falso.

Checar se uma afirmação deles é fato é quase sempre perda de tempo. O melhor a fazer é não dar crédito algum e exigir que ELES apresentem as provas.  Nada mais justo uma vez que o ônus de provar é de quem faz uma alegação. Você pode exercer a caridade de verificar você mesmo uma afirmação se o debatedor NÃO for um neoateu, mas não perca seu tempo com neoateus.

Mas esteja alertado que nesta fase ou eles irão enrolar ou partirão para ataques pessoais, frases de efeito e toda sorte de truques neoateus. Entenda que você não está lidando com uma pessoa normal. Raramente eles tentarão apresentar alguma prova do que dizem, porque ela simplesmente não existirá.


Humor: Benny Hinn, A Força é Forte Nele



Dom espiritual coisa nenhuma, é um belo sabre de luz mesmo! hahahaha

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Como Debater com Esquerdistas - Por Olavo de Carvalho



Fonte: Diário do Comércio (editorial) , 20 de junho de 2007
Autor: Olavo de Carvalho

Os liberais e conservadores deste país nunca hão de tirar o pé da lama enquanto continuarem acreditando que nada mais os separa dos esquerdistas senão uma divergência de idéias, apta a ser objeto de polidas discussões entre pessoas igualmente honestas, igualmente respeitáveis. A diferença específica do movimento revolucionário mundial é que ele infunde em seus adeptos, servidores e mesmo simpatizantes uma substância moral e psicológica radicalmente diversa daquela que circula nos corações e mentes da humanidade normal.

O revolucionário sente-se membro de uma supra-humanidade ungida, portadora de direitos especiais negados ao homem comum e até mesmo inacessíveis à sua imaginação. Quando você discute com um esquerdista, ele se apóia amplamente nesses direitos, que você ignora por completo. A regra comum do debate, que você segue à risca esperando que ele faça o mesmo, é para ele apenas uma cláusula parcial num código mais vasto e complexo, que confere a ele meios de ação incomparavelmente mais flexíveis que os do adversário. Para você, uma prova de incoerência é um golpe mortal desferido a um argumento. Para ele, a incoerência pode ser um instrumento precioso para induzir o adversário à perplexidade e subjugá-lo psicologicamente. Para você, a contradição entre atos e palavras é uma prova de desonestidade. Para ele, é uma questão de método. A própria visão do confronto polêmico como uma disputa de idéias é algo que só vale para você. Para o revolucionário, as idéias são partes integrantes do processo dialético da luta pelo poder; elas nada valem por si; podem ser trocadas como meias ou cuécas. Todo revolucionário está disposto a defender “x” ou o contrário de “x” conforme as conveniências táticas do momento. Se você o vence na disputa de “idéias”, ele tratará de integrar a idéia vencedora num jogo estratégico que a faça funcionar, na prática, em sentido contrário ao do seu enunciado verbal. Você ganha, mas não leva. A disputa com o revolucionário é sempre regida por dois códigos simultâneos, dos quais você só conhece um. Quando você menos espera, ele apela ao código secreto e lhe dá uma rasteira.

Você pode se escandalizar de que um desertor das tropas nacionais seja promovido a general post mortem enquanto no regime que ele desejava implantar no país o fuzilamento sumário é o destino não só dos desertores, mas de meros civis que tentem abandonar o território. Você acha que denunciando essa monstruosa contradição acertou um golpe mortal nas convicções do revolucionário. Mas, por dentro, ele sabe que a contradição, quanto menos explicada e mais escandalosa, mais serve para habituar o público à crença implícita de que os revolucionários não podem ser julgados pela moral comum. A derrota no campo dos argumentos lógicos é uma vitória psicológica incomparavelmente mais valiosa. Serve para colocar a causa revolucionária acima do alcance da lógica.

Você não pode derrotar o revolucionário mediante simples “argumentos”. A eles é preciso acrescentar o desmascaramento psicológico integral de uma tática que não visa a vencer debates, mas a usar como um instrumento de poder até mesmo a própria inferioridade de argumentos. Em cada situação de debate é preciso transcender a esfera do confronto lógico e pôr à mostra o esquema de ação em que o revolucionário insere a troca de argumentos e qual o proveito psicológico e político que pretende tirar dela para muito além do seu resultado aparente.

Mas isso quer dizer que o único debate eficiente com esquerdistas é aquele que não consente em ficar preso nas regras formais num confronto de argumentos, mas se aprofunda num desmascaramento psicológico completo e impiedoso.
Provar que um esquerdista está errado não significa nada. Você tem é de mostrar como ele é mau, perverso, falso, deliberado e maquiavélico por trás de suas aparências de debatedor sincero, polido e civilizado.

Faça isso e você fará essa gente chorar de desespero, porque no fundo ela se conhece e sabe que não presta. Não lhe dê o consolo de uma camuflagem civilizada tecida com a pele do adversário ingênuo.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

E Se o Cristão Estiver Errado?

Pergunta via FormSpring:

E se os judeus ou islamicos estiverem certos? Você vai queimar no inferno por idolatria.

Autor: Anônimo

Resposta:

Não apenas eu mas você também, certo?

Mas caso você seja Judeu ou Muçulmano digo, com todo respeito pela sua fé, que a probabilidade de você estar certo é muito pequena, a meu ver.

Quando ao Judaísmo
Se Jesus não é o Messias os Judeus também estarão errados pois não haverá Messias judaico algum:

1- O profeta Daniel diz claramente que ele deveria aparecer antes da destruição do segundo Templo de Jerusalém (que ocorreu no ano 70 d.C.)
2- O Messias seria rejeitado por seu próprio povo (Judeus) mas aceito pelas nações do mundo.
3- Teria um ministério sacerdotal envolvendo um sacrifício que levaria as pessoas de volta a Deus em reconciliação.
4- Através dele o conhecimento de Deus chegaria ao gentios por todo o mundo.

Enfim se Jesus não é o Messias não há Messias judaico algum pois há somente ele como candidato a ter cumprido estas e outras profecias.

Quanto ao Islã
O Alcorão faz várias afirmações que são centrais a fé islâmica mas que são historicamente muito problemáticas. Por exemplo:

1- Afirma q Jesus não morreu crucificado (negando o que todo historiador moderno afirma),
2- Diz que Jesus não afirmou ser filho de Deus (negando também o que todo historiador moderno e sério reconhece),
3- Diz que cristãos antigos afirmavam que a Trindade era Deus, Jesus e Maria. (esta parte é para lá de curiosa!);

Muitos outros exemplos existem. A mim parece que o Islâ tem problemas seríssimos para se sustentar como uma visão de mundo viável.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Como Expor um Idiota Útil



Descrição retirada do Blog do Reinaldo Azevedo:

Imperdível a entrevista que a apresentadora e jornalista de origem cubana Marlen Gonzalez fez com o ator Benicio del Toro no programa Primer Plano, do canal “41 Noticias”, de Miami. Benicio encarna, como se sabe, Che Guevara no filme Che, de Steven Soderbergh. A fita canta as glórias do Porco Fedorento. Marlen soma os dons do pensamento aos evidentes dotes da ventura. O homem começa “toro” e termina novilho. “Ah, mas ele é só um ator”. Errado! Esse rapaz andou cantando as glórias de Guevara mundo afora, com aquela frivolidade bem típica de certo tipo “engajado”.

Marlen dá início à entrevista indagando por que escolher Miami para lançar o filme, justamente uma cidade onde vivem tantos cubanos, vítimas do regime. “É uma provocação?” Toro balbucia uma negativa, um tanto apatetado. Marlen pergunta se uma fita exibindo o lado bom de Hitler não ofenderia 15 milhões de judeus e a memória de 6 milhões de vítimas. Assustado, ele diz que não crê que Guevara tenha feito campo de concentração. Pois é. Falta de informação, Toro. Vá estudar! O Porco criou o primeiro campo de trabalhos forçados da América Latina. Ela não deixa a peteca cair: “Estamos falando de assassinatos. Não é igualmente assassino quem mata um, cem, cem mil…” Toro, tadinho, tenta ainda uma saída: comparou Che a um general num campo de guerra…

Marlen lembra as opiniões favoráveis que Toro deu sobre Che e indaga se ela sabia que, à frente da prisão de La Cabaña, o dito revolucionário mandou fuzilar mais de 400 prisioneiros. E o que diz o valente? “Sabia. Muitos dos que foram fuzilados eram terroristas…” Não, atalha Marlen: “Noventa por cento eram presos de consciência. [morreram] Simplesmente por discordar do sistema nascente, por pensar diferente”. E ele: “Ah, não sabia disso”… E assim vai.

No arremate, Marlen lembra uma frase de Che: “A ação mais positiva e forte, independentemente de qualquer ideologia, é um tiro bem dado, no momento certo, em quem merece”. E presenteia o pobre Toro — àquela altura, só um bezerro gritando ‘mamãe’ — com o livro Guevara: Misionero de la Violencia, do historiador cubano e ex-preso político Pedro Corzo.

Por Reinaldo Azevedo

Meus Comentários:
Para quem não sabe o termo "idiota útil" - no título do post - foi cunhado por Lênin para designar aqueles que militam defendendo as ideias revolucionárias comunistas mas sem saber realmente no que estão se metendo. A inocente pessoa declara louvores ao "herói" e "santo", ao homem de "grandes ideais" e "salvador da humanidade". Mas mal sabe ela que seu herói não passa um assassino frio, uma mente doente capaz de fazer literalmente qualquer coisas em nome de uma promessa de futuro utópico.

A diferença de um idiota útil comunista para um neo ateu é praticamente nula. Ambos endeusam, como salvadoras da humanidade, pessoas moralmente falidas, muitas vezes incultas, mas sempre intelectualmente desonestas. Não há qualquer motivo para duvidar que se um grupo de neo ateus tomasse o poder político de uma nação eles promoveriam o mesmo banho de sangue promovido por estes animais comunistas.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Kalam Continua Irrefutado






O Argumento Cosmológico para a existência de Deus continua entre os mais interessantes e irrefutados.

É um argumento defendido há bastante tempo por filósofos teístas de variadas correntes. Uma de suas versões modernas é o Kalam, defendido por filósofos como William Lane Craig, J.P Moreland  entre outros.

É assim:
1- Tudo que começa a existir possui uma causa.
2- O universo começou a existir.
3- Logo o universo possui uma causa.

A partir da conclusão (3) e com argumentos adicionais investiga-se quais candidatos existem como causa da origem ,do nada, de toda a matéria, energia e o próprio tempo-espaço. Conclui-se que apenas uma mente imaterial, atemporal, aespacial e imensamente poderosa pode ser a causa.

Você pode assistir a uma paletra completa sobre o Argumento Kalam aqui.

Em minha opinião o mais interessante é ver as REAÇÕES a este argumento. É curioso ver a tão alardeada superioridade racional do ateísmo militante sucumbir de maneira tão rápida.

Vejamos alguns exemplos de pérolas de ateus famosos:

  1. "O universo criou se a si mesmo" Daniel Dennet
  2. "A Lei Gravidade é o motivo de porque existe algo ao invés de nada" Stephen Hawking
  3. "O universo foi criado por Deus a partir de algum material pré-existente?" Christopher Hitchens
  4. "Tá, mas você não provou que este Deus é bondoso e responde orações!" Richard Dawkins
Bom isto é só para dar uma noção rápida de algumas das muitas bobagens que já apareceram.

Deixei de fora a pérola mais famosa: "Quem criou Deus?", pois já foi respondida por tantas pessoas e tantas vezes que não vejo mais motivos para dizer nem mais uma linha a respeito.

Claro que não estou dizendo que só apareceram bobagens da grossa pois não foram só neo-ateus que tentaram uma refutação, mas meu foco principal no blog é o desmascaramento desta patota.

Se você não viu logo de cara o porque destas pérolas não passarem de bobagens segue uma breve explicação de cada.

  1. Para algo criar a si mesmo ele precisaria existir ANTES de existir. O que é logicamente contraditório ou no popular: besteira da grossa.
  2. Primeiro que a Lei da Gravidade não é uma "coisas" capaz de criar nada, é apenas uma expressão matemática que DESCREVE o que ocorre no universo. Segundo que se de fato havia a "lei da gravidade" antes de existir o universo então ele não foi criado do nada, logo a pergunta "porque existe algo ao invés de nada" não foi respondida pois continuaria a questão de porque existe a "gravidade" ao invés de nada.
  3. Isto não é refutação, é apenas uma pergunta de simples resposta. Não, não havia material pre-existente algum conforme demonstra o Big Bang. Toda a materia, energia, espaço e tempo surgiram do nada.
  4. Sim, o argumento não pretente demonstrar ou negar estes atributos divinos. Mas e aí sr Dawkins? Vai subscrever a uma forma bizarra de ateísmo ao aceitar que o argumento demonstrar a existência de uma mente transcendente, imensamente poderosa, atemporal, imaterial e aespacial?
Bom vou manter este post curto. Qualquer novidade volto a comentar este tema.



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Um Ateu Explica: Axioma Truístico é Só Uma Suposição

Esta é fresquinha. Acabei de retirar de um comentário de um de meus vídeos no Youtube (O Delírio de Dawkins). O apresentador Greg Koukl iniciou a palestra com algo que ele considerava uma verdade auto-evidênte. Algo axiomático no sentido de ser um truísmo, como ele mesmo explicou. Nesta caso era algo que nem precisaria ser dito mas pode ser expresso assim: Neo-ateus cometem erros de lógica grosseiros quando vão falar de questões espirituais.

Daí vem um ateu militante e lasca esta pérola e sai cantando vitória:
Adorei o inicio do video, ele começa apresentando um axioma! Ou seja, não é factual! É só suposição! E depois o outro doido lá que tá delirando.... KKKKKKKKKKK
O ruim não é a pessoa ser ignorante mas não ter a menor atenção ao que alguém está dizendo e ainda pensar que arrasou.

Dane Cook - Espirro do Ateu




Pessoal, o tempo está curto recentemente então não tenho postado coisas novas com muita frequência mas prometo em breve uma atividade mais constante.

Para descontração segue uma piada muito boa do comediante stand-up "Dane Cook".

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Olavo de Carvalho: A Relação do Homossexualismo com a Pedofilia





Neste vídeo o filósofo Olavo de Carvalho fala sobre a associação entre Homossexualismo e Pedofilia.

Olavo de Carvalho e o PL 122





Descrição no vídeo:
No programa TrueOutspeak do dia 29 de Dezembro de 2010, o filósofo e jornalista brasileiro Olavo de Carvalho comenta camisa-de-força da PLC 122/06 que irá tornar o homossexualismo livre de toda crítica.

Artigo na íntegra disponível em: http://www.olavodecarvalho.org/semana/110104dc.html

Abortista Histérica tem Chilique Diante de Cristão







O vídeo acima é imperdível por mostrar claramente a demência dos abortistas.

Descrição que acompanha o vídeo:
Aqui podemos ver um pouco da histeria, estupidez e intolerância de feministas/abortistas/gayzistas/ateístas, em uma pequena manifestação de seu grande ódio anti-cristão.

O vídeo mostra um rapaz orando num encontro enquanto uma feminazista anti-cristã tenta provocá-lo e perturbá-lo com gestos e gritos dementes.

Se você quiser ver mais cenas deploráveis como esta, que mostram um pouco do ódio ao Cristianismo, aqui tem mais:
Pro abortion protestors attack Catholic young people praying
http://youtube.com/watch?v=mp0oMKGFTyk

Abortistas agreden a católicos en Neuquén, Argentina
http://youtube.com/watch?v=kvuWrTpzmrY

Defensa de la Catedral de Neuquén
http://youtube.com/watch?v=FK40LwQfy7c

A Man Freaks Out Because of A Pro-Life Message
http://youtube.com/watch?v=YF_k8m2dCxg

sick pro-abortion attack on pro-life protestor
http://youtube.com/watch?v=WKe14jtpbbY

Stealing an Anti-abortion Sign
http://youtube.com/watch?v=Cvz_cmbOvT4

Marcha abortista anti católica en Brasil
http://youtube.com/watch?v=Ea_18niHRVw

HOMOSEXUAL TERRORISTS ASSAULT ELDERLY WOMAN
http://youtube.com/watch?v=gy32f-_H5qs

Violent fags assault old lady and destroy cross at gay rally
http://youtube.com/watch?v=wGdVj8c0rAk

CA Prop 8 - Whose Rights are Being Violated?
http://youtube.com/watch?v=CA3ViJdP5z8 

Nietzsche: Deus Não Existe Porque eu Não Quero e Pronto!


Friedrich Nietzsche foi um filósofo e poeta alemão que fez duras e ácidas críticas ao cristianismo. Defendeu a criação de um "super homem" através da superação das idéias, para ele ultrapassadas, de Bem e Mal.

O criador do "super homem" contraiu sífilis com uma prostituta e morreu louco num hospício.

A questão que me parece mais curiosa é a seguinte: Como alguém pode ser tão louvado como filósofo ao mesmo tempo que apresentou uma das mais belas pérolas argumentativas como esta abaixo?
Se os deuses existissem, como poderia eu suportar o fato de não ser um deus?
Logo, Deus não existe!  (
Assim Falou Zaratustra)

Eis, na verdade, alguém que admite escancaradamente sua desonestidade ao lidar com o assunto "Deus". Um ateísmo pela simples VONTADE de que não haja deus algum. É a pura rebelião das emoções e dos desejos contra o Criador. A argumentação vem DEPOIS como tentativa de dar um ar intelectual e respeitável ao discurso mas a motivação mesmo é a pura, irracional e incontrolável vontade de idolatria do ego.

Em meus muitos debates que já tive com usuários do Youtube notei este comportamento quase como uma constante. Depois de ter seus argumentos derrubados o ateu militante (sendo a maioria neo-ateus) simplesmente parte para insultos, trolagens, difamações e toda sorte de ataques. Exatamente como faz uma criança, mal educada, privada da satisfação de suas vontades.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Humanistas Britânicos se Recolhem ao Abrigo


Nesta postagem recente divulguei a tradução de um vídeo que desmacara mais uma vez a covardia e safadeza intelectual do sr Richard Dawkins. Covardia por se recusar obssessivamente a debater com o filósofo William Lane Craig, reconhecido por muitos como o principal apologistas cristão. Safadeza por usar de todo tipo de mentira para justificar sua covardia.

Agora foi a vez da presidente da Associação dos Humanistas Seculares da Inglaterra, Polly Toynbee (foto), que IRIA debater com Craig.

Iria porque ela amarelou TAMBÉM.

No Press Release do Reasonable Faith Tour 2011 consta a seguinte declaração dela:
"Eu não sabia da natureza do estilo de debate do Sr Lane Craig, e tendo agora visto suas performances anteriores vejo que isto não é o meu tipo de forum."

A justificativa dela foi ambigua. Não dá para saber se "natureza do estilo de debate" e "não é meu tipo de forum" são algum tipo de crítica a forma de Craig debater ou uma confissão de não ter o preparo técnico para lidar com alguém organizado como Craig.

Pelo pouco que ví do discurso dela - no vídeo do post mencionado acima - parece que foi uma tentativa não de autocritica mas de crítica a Craig mesmo.

Enfim, deve estar na hora de chamar os universitários.

Mais detalhes veja o press release completo de 02/08 do Reasonable Faith Tour 2011(em inglês)
http://www.bethinking.org/what-is-apologetics/introductory/british-humanists-take-to-the-bunkers.htm

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O "Cristão Fundamentalista", Segundo a Imprensa Esquerdista



Depois da leitura de trechos do manifesto de 1500 páginas de Anders Breivik, autor do atentado terrorista da Noruega, podemos descobrir os crítérios claros que um esquerdista picareta usa para identificar um "Cristão fundamentalista". 

Vamos a eles:
  1. Não precisar acreditar na existência de Deus nem numa relação direta com Deus e Jesus.
  2. Identificar-se como "Cristão" por motivos pragmáticos e não por acreditar nos fundamentos da fé Cristã.
  3. Usar o Cristianismo como arma politica.
  4. Não se identificar como uma pessoa religiosa.
  5. Considerar a fé em Deus como algo feito para pessoas fracas.
  6. Considerar a oração um impulso ou calmante mental (e não comunicação com o Criador).
  7. Considerar que as suas "boas obras" o levarão ao céu, quando a Bíblia diz que as nossas "boas obras" são "trapo da imundícia" aos Olhos de Deus. (Isaías 64:6), e desde logo, insuficientes para a nossa salvação.
  8. Acreditar que é possível acreditar que Deus existe ao mesmo tempo que se defende que Deus não existe ("Cristão ateu").
  9. Achar que o Cristianismo deveria dar legitimidade ao paganismo, a despeito da Bíblia dizer que o paganismo, e os seus rituais, têm origens no inimigo de Deus:
    "Antes digo que, as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demónios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demónios" (1 Coríntios 10:2)
  10. Defender que o Cristianismo não pode ter influência alguma sobre a sociedade, quando o Senhor Jesus diz exatamente o contrário: 
    "Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há-de salgar? para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens . . . Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus."(Mateus 5:13,16)
Se você for um esquedistas xiita seja honesto ao responder: Você pode sinceramente dizer que este doente mental era um "Cristão Fundamentalista" e continuar querendo que alguém respeite você?

Se Anders Breivik é um "Cristão Fundamentalista" então eu sou um "Virgem não-praticante".

Fontes para consulta:
http://genesiscontradarwin.blogspot.com/2011/07/fundamentalista-cristao-ou-darwinista.html
http://www.midiasemmascara.org/artigos/terrorismo/12291-fechando-a-torneira.html
http://www.wnd.com/index.php?fa=PAGE.view&pageId=325765
http://mikemooreac.blogspot.com/2011/07/quem-ai-le-noruegues.html

Ateu de Oxford Chama Richard Dawkins de "Covarde" por Não Debater com William Lane Craig



Video original: http://www.youtube.com/watch?v=RC1xgS1XGSg
Autor: (Birdieupon) http://www.youtube.com/user/Birdieupon

Será que Dawkins irá finalmente se engajar num debate acadêmico mano a mano com William Lane Craig quando ele for visitar Oxford? Parece que não, e até alguns companheiros ateus parecem pensar que ele está cometendo um grande erro.

Artigo do Telegraph:
http://www.telegraph.co.uk/news/religion/8511931/Richard-Dawkins-accused-of-cowardice-for-refusing-to-debate-existence-of-God.html

Schedule: http://www.premier.org.uk/craig

Tour: http://www.bethinking.org/craig

Usuário banido do RD.net por questionar Dawkins sobre Craig:
http://www.youtube.com/watch?v=aYKc54E1eMg

Petição para o debate:
http://www.ipetitions.com/petition/dawkinscraigdebate/signatures

Dawkins vs Mcgrath:
http://www.youtube.com/watch?v=J4crCoBj2tA

Prof Craig: http://www.reasonablefaith.org

Prof: Dawkins: http://www.richarddawkins.net

sábado, 30 de julho de 2011

Debate William Lane Craig X Sam Harris

O Snowball do Quebrando o Encanto do Neoateísmo já fez um excelente post contendo o resumo das falas de cada um.

Meu intuito aqui é apenas divulgar a tradução e legendas que fiz do terceiro discurso do Bill Craig.

Harris jogou para o espaço o assunto real do debate, ao ver seu argumento da fundação ateísta da moral ser transformado em pó, e simplesmente partiu para uma ofensiva contra a Bíblia, a epistemologia e a semântica moral cristã - como se fossem o assunto em debate.

No terceiro discurso do Craig ele expõe toda a safadeza de Harris, de maneira limpa e cristalina, mostrando sua irracionalidade, seus truques fajutos para tentar desviar o assunto do debate, e expôs seu "exemplo de moralidade" ao apelar para um Ad Hominem do mais baixo nível.

Harris não passa de mais um exemplo vergonhoso do estrago - aparentemente irreversível como toda doutrinação subversiva - que o neoateísmo pode fazer na cabeça de uma pessoa.


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Quem aí lê norueguês?

Autor: Prof. Olavo de Carvalho
Fonte: Site Mídia Sem Máscara

Que a imprensa norueguesa, em contraste, informasse ser Breivik um membro do Partido Nazista, não mudou em nada a firme decisão geral de pintar o criminoso como um cristão sionista. Afinal, quem lê norueguês?

A mídia iluminada está em festa: no meio de milhares de atentados mortíferos praticados por gente de esquerda, conseguiu descobrir o total de um (1, hum) terrorista ao qual pode dar, sem muita inexatidão aparente, o qualificativo de "extremista de direita".

O entusiasmo com que alardeia a presumida identidade ideológica do norueguês Anders Behring Breivik contrasta da maneira mais flagrante com a discrição cuidadosa com que o qualificativo de "extremista de esquerda" é evitado em praticamente todos os demais casos.

Mais recentemente, até a palavra "terrorista" vinha sendo banida nos chamados "grandes jornais" do Ocidente, acusada do pecado de hate speech, até que o advento de Breivik lhe deu a chance de um reingresso oportuno e - previsivelmente - momentâneo.

Antes disso, tamanho era o desespero da esquerda mundial ante a escassez de terroristas no campo adversário, que não lhe restava senão inventar alguns, como o recém-libertado Alejandro Peña Esclusa, que nunca matou um mosquito, ou espremer até doses subatômicas o limão do "neonazismo" - ocultando, é claro, o detalhe de que os movimentos dessa natureza surgiram como puras operações de despistamento criadas pela KGB (prometo voltar a escrever sobre isso).

Breivik saciou uma sede de décadas, fornecendo aos controladores da informação universal o pretexto para dar um arremedo de credibilidade ao slogan matematicamente insustentável de que a truculência homicida é coisa da direita, não da esquerda.

Aos que sejam demasiado tímidos para fazer coro com a difamação explícita, os atentados de Oslo fornecem a ocasião para que essas sublimes criaturas exibam mais uma vez sua neutralidade superior, alegando que "toda violência é igualmente condenável", que "todos os extremismos são igualmente ruins" e estabelecendo assim, para alívio e gáudio dos campeões absolutos de violência assassina e definitiva humilhação da aritmética elementar, a equivalência quantitativa entre um e mil, um e dez mil, um e cem mil. Isso já se tornou quase obrigatório entre as pessoas elegantes.

Se quando terroristas são de esquerda qualquer menção a seus motivos ideológicos é suprimida, camuflada sob diferentes denominações ou até invertida, mediante insinuações de direitismo - cujo desmascaramento posterior não obtém jamais a menor repercussão na mídia), no caso de Breivik os profissionais da farsa não se contentaram com a mera rotulação: forneceram, do dia para a noite, um perfil ideológico completo, detalhado, definindo o sujeito como uma espécie de Jerry Falwell ou Pat Robertson, e aproveitando a ocasião, é claro, para sugerir que as ideias do Tea Party, desde o outro lado do oceano, haviam movido a mão do assassino.

Que a imprensa norueguesa, em contraste, informasse ser Breivik um membro do Partido Nazista, não mudou em nada a firme decisão geral de pintar o criminoso como um cristão sionista. Afinal, quem lê norueguês?

Meu amigo Don Hank, do site Laigles Fórum, lê, como lê também não sei quantas outras línguas - e me repassa notícias de primeira mão que o resto da humanidade desconhece.

Não deixar-se enganar, nos dias que correm, exige cada vez mais recursos de erudição inacessíveis à massa dos leitores. A elite farsante não se incomoda de que dois ou três estudiosos conheçam a verdade e a proclamem com vozes inaudíveis: ela sabe que a própria massa ficará contra nós, curvando-se à autoridade universal do engodo e chamando-nos de "teóricos da conspiração".

Que Breivik fosse ostensivamente maluco é outro detalhe que não atenua em nada o desejo incontido de explicar o seu crime por um intuito político real e literal.

Lembram-se de Lee Harvey Osvald? Leves sinais de neurose bastaram para que o establishment e a mídia em peso isentassem o assassino de John Kennedy de qualquer suspeita de intenção política, embora o indivíduo fosse um comunista militante e tivesse contatos nos serviços secretos da URSS e de Cuba, de onde acabara de voltar.

Embora Breivik tenha uma conduta ostensivamente psicótica e não haja o menor sinal de contato entre ele e qualquer organização conservadora ou sionista dos EUA, o diagnóstico vem pronto e infalível: um sujeito ser cristão, sionista ou, pior ainda, ambas as coisas, é um perigo para a espécie humana, uma promessa de crimes hediondos em escala epidêmica.

A pressa obscena com que se associa o crime de Breivik ao seu alegado cristianismo também não é refreada pela lembrança de que a mesma associação se fez persistentemente, universalmente, no caso de Timothy McVeigh, autor dos atentados de Oklahoma em 1995, até que veio, tardiamente como sempre, a prova de que o criminoso era muçulmano e ligado a organizações terroristas islâmicas.

Veremos quanto tempo transcorrerá até que a pesquisa histórica erga um sussurro de protesto contra o vozerio unânime da mídia internacional. Fundados na certeza da ignorância popular que jamais poderá desmascará-los, alguns dos diagnosticadores de cristianismo assassino vão até mais longe, deleitando-se em análises profundíssimas segundo as quais a coisa mais danosa e mortífera do mundo, inspiradora dos atentados em Oslo, é a ideia reacionária de combater o "marxismo cultural" - rótulo infamante inventado pela direita para sugerir (oh!, quão difamatoriamente!) que os filósofos da Escola de Frankfurt tinham a intenção de destruir a civilização do Ocidente.

Na verdade essa intenção foi proclamada aos quatro ventos pelo próprio fundador da escola, o filósofo húngaro Georg Lukács, mas, como parece que não pegou bem, não custa atribuí-la aos seus inimigos.

Pior ainda: escrevendo num site chamado Crooks and Liars (que só posso atribuir à modéstia de seus editores), o articulista David Newett, ecoando aliás mil comentários no mesmo sentido, publicados cinco minutos após a notícia do atentado, informa que o combate ao marxismo cultural é inspirado por abjetos preconceitos antissemitas, e dá como prova disso o fato de William S. Lind, que se destacou nesse combate, ter informado em uma conferência que todos os membros-fundadores da Escola de Frankfurt eram judeus de origem - coisa que eles eram mesmo, como aliás o próprio Karl Marx, e daí?

A implicação do raciocínio não escapará aos leitores mais atentos: Anders Breivik, além de ter matado dezenas de não-muçulmanos por ódio ao Islam, foi também movido por sentimentos pró-judaicos antissemitas.

Não entenderam nada? Não é mesmo para entender. Já expliquei mil vezes que a técnica da difamação exige atacar a vítima por vários lados, sob pretextos mutuamente contraditórios, para confundir e paralisar a defesa, obrigando-a a combater em dois ou mais fronts ao mesmo tempo e a usar de uma argumentação complexa, com aparência sofística, incapaz de fazer face à força maciça da acusação irracional.

Se alguma dúvida resta na mente dos leitores quanto à realidade da hegemonia revolucionária no mundo, objeto de meus últimos artigos, a uniformidade do noticiário sobre Anders Behring Breivik lhes dá uma amostra de que, mais uma vez, não estou tão louco quanto pareço.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Psicologia do Ateísmo – Dr Paul Vitz


Resumo: Nesse artigo Paul Vitz se contrapõe aos psicólogos da religião e suas tentativas de desvendar as origens psicológicas das crenças religiosas. Paul Vitz examina as raízes psicológicas do ateísmo e questiona a validade das conclusões de Sigmund Freud, e Feurbach, em relação à religião. Artigo essencial para não só psicólogos mas todos interessados em religião e cultura. Professor Paul Vitz, Ph.D (Stanford University, 1962) é professor de Psicologia da Universidade de Nova Iorque. É membro da Comunidade de Acadêmicos Católicos e mantêm contato com muitos Protestantes, e Judeus. Além disso estuda como a religião se relaciona com a psicologia, e também se envolve na temática psicologia e arte.

Texto original: The Psychology of Atheism

Psicologia do Ateísmo – Paul Vitz, Ph.D

Fonte: www.apologia.com.br

Tradução: Vitor Grando

O título desse ensaio, “Psicologia do Ateísmo”¹, pode parecer estranho. Certamente, meus colegas na psicologia acharam incomum e até, devo acrescentar, um pouco perturbador. A psicologia, desde sua fundação há um século atrás, freqüentemente se preocupou com o tópico oposto – a psicologia da crença religiosa. De fato, em muitos aspectos a origem da psicologia moderna está intrinsecamente ligada com os psicólogos que explicitamente propuseram interpretações da crença em Deus.

William James e Sigmund Freud, por exemplo, estavam pessoal e profissionalmente envolvidos profundamente na questão. Lembre-se de A Vontade de Crer de James, como também do seu famoso As Variedades das Experiências Religiosas. Essas duas obras são tentativas de entender a crença como resultado de causas psicológicas, ou seja, causas naturais. James pode até ter sido compassivo com a religião, mas sua posição pessoal era de dúvida e ceticismo e seus escritos eram parte de uma tentativa psicológica de menosprezar a fé religiosa. As criticas de Sigmund Freud à religião, especialmente o cristianismo, são bem conhecidas e serão discutidas com mais detalhes mais a frente. Por hora, é suficiente lembrar quão profundamente envolvidos com a questão de Deus e a religião, Freud e seus pensamentos estavam.

Tendo em vista o estreito envolvimento entre os fundadores da psicologia e a interpretação critica da religião, não é de se surpreender que muitos dos psicólogos vejam com certa desconfiança qualquer tentativa de propor uma psicologia do ateísmo. No mínimo, um projeto como esse coloca os psicólogos na defensiva e os oferece um pouco do seu próprio veneno. Os psicólogos estão sempre observando e interpretando os outros e já é hora de alguns deles aprenderem a partir de suas próprias experiências como é estar sob a mira da teoria e experimentação psicológicas. Eu espero demonstrar que muitos dos conceitos psicológicos utilizados para interpretar a religião são espadas de dois gumes, que podem também ser usados para interpretar o ateísmo. O que vale para o crente, igualmente vale para o descrente.

Antes de começar, entretanto, eu quero fazer dois pontos que estão por trás das minhas pressuposições. Primeiro, eu creio que as maiores barreiras para a crença em Deus não são racionais, mas – num sentido geral – podem ser chamadas de psicológicas. Não quero ofender nenhum filósofo distinto – tanto crentes quanto descrentes – nesse auditório, mas eu estou plenamente convencido que para cada pessoa fortemente convencida por argumentos racionais existem muitas, muitas mais afetadas por fatores psicológicos não-racionais.

Ninguém pode decifrar o coração humano e seus caminhos, mas ao menos é tarefa da psicologia tentar. Dessa forma, para começar, eu proponho que barreiras neurótico-psicológicas para a crença em Deus são de grande importância. Quais são elas mencionarei brevemente. Para os crentes é importante ter em mente que motivações e pressões psicológicas que muitos podem nem sequer se dar conta, muitas vezes estão por trás da descrença.

Um dos mais antigos teóricos do inconsciente, São Paulo, escreveu, “com efeito o querer bem está em mim, mas o efetuá-lo não está…mas vejo nos meus membros outra lei guerreando contra a lei do meu entendimento, e me levando cativo à lei do pecado, que está nos meus membros” Romanos 7.18,23. Assim, me parece que tanto pela teologia quanto pela psicologia fatores psicológicos podem ser impedimentos à crença como também ao comportamento, e que esses fatores freqüentemente são inconscientes. Além disso, é razoável dizer que as pessoas variam extensamente na intensidade da presença desses fatores em suas vidas. Alguns de nós fomos abençoados com uma boa criação, um bom temperamento, envolvimento social, e outros dons que fizeram da crença em Deus algo muito mais fácil do que para muitos que sofreram mais ou cresceram num ambiente pobre espiritualmente ou tiveram outras dificuldades com as quais lidar. As Escrituras deixam claro que muitas crianças – até a terceira ou quarta geração – sofrem dos pecados dos pais, incluindo os pecados dos pais que foram crentes. Resumidamente, meu primeiro ponto é que algumas pessoas têm barreiras psicológicas para a crença muito mais sérias do que outras, um ponto consistente com a afirmação clara das Escrituras de que nós não devemos julgar os outros, entretanto somos instados a corrigir o mal.

Meu segundo ponto é que apesar de sérias dificuldades para a crença, todos nós ainda temos a livre escolha de aceitar Deus ou rejeitá-lo. Esse ponto não está em contradição com o primeiro. Talvez um pouco mais de elaboração vai esclarecer esse ponto. Uma pessoa, como conseqüência do seu passado, envolvimento presente, etc., pode achar muito mais difícil acreditar em Deus do que a maioria das pessoas. Mas presumivelmente, a qualquer momento, certamente em muitos momentos, ela pode escolher se mover em direção a Deus ou pra longe dele. Um homem pode começar com tantas barreiras que mesmo depois de anos caminhando vagarosamente em direção a Deus ele ainda não esteja lá. Alguns podem morrer antes de alcançar a crença. Nós acreditamos que eles serão julgados – como todos nós – quão longe eles viajaram em direção a Deus e quão bem amaram os outros – o que eles fizeram com o que lhes foi dado. Da mesma forma, um outro homem sem dificuldades psicológicas ainda é livre para rejeitar Deus, e sem dúvidas muitos o fazem. Assim, apesar de que no fundo a questão é da vontade do homem e de nossa natureza pecaminosa, ainda é possível investigar os fatores psicológicos que predispõe alguém para a descrença, que faz a estrada em direção a Deus dura e difícil.

Psicologia do Ateísmo: Motivações Psicológicas e Sociais

Parece haver uma crença bem difundida na comunidade intelectual ocidental de que a crença em Deus é baseada em todos os tipos de desejos e necessidades imaturas, mas o ateísmo e o ceticismo são derivados de uma observação racional das coisas como elas são realmente. Para começar uma critica dessa idéia, eu começo com a minha própria história.

Como alguns de vocês sabem, depois de uma frágil criação cristã, eu me tornei ateu na faculdade nos anos 1950 e permaneci assim durante minha graduação e meus primeiros anos como um jovem psicólogo experimental na New York University. Isto é, eu sou um convertido adulto ou, mais tecnicamente, um reconvertido ao Cristianismo que voltou para a fé, para sua própria surpresa, no final dos meus 30 anos no meio do desenvolvimento secular da psicologia acadêmica em Nova Iorque.

Não estou entrando nisso para entediá-los com partes da história da minha vida, mas para mostrar que através da reflexão sobre minha própria experiência, é claro para mim que as minhas razões para se tornar e permanecer ateu-cético dos 18 aos 38 anos foram superficiais, irracionais e sem integridade moral e intelectual. Além do mais, eu estou convencido de que minhas motivações foram, e ainda são, um lugar comum entre os intelectuais especialmente cientistas sociais.

Os principais fatores envolvidos na minha escolha pelo ateísmo – apesar de eu não estar ciente na época – foram as seguintes:

Socialização geral. Uma influência importante na minha juventude foi uma significante inquietação social. Eu estava de certa forma envergonhado de ser do centro-oeste, pois parecia terrivelmente obtuso, limitado e interiorano. Não havia nada de romântico ou impressionante em ser de Cincinnati, Ohio e de uma origem Germano-Anglo-Suiça. Terrivelmente classe-média. Além de escapar do obtuso, e segundo eu mesmo sem-valor, passado social vergonhoso, eu queria fazer parte, de fato estar confortável no novo, excitante e glamuroso mundo secular para o quão eu estava me dirigindo. Eu estou certo de que motivações similares fortemente influenciaram as vidas de um sem-número de jovens emergentes nos últimos dois séculos. Veja Voltaire, que se mudou para o aristocrático e sofisticado mundo de Paris, e que sempre se sentiu envergonhado de sua origem interiorana e não-aristocrática; ou dos guetos Judeus para os quais muitos judeus fugiram, ou da chegada dos jovens a Nova Iorque, envergonhados de seus pais fundamentalistas. Esse tipo de pressão social afastou muitos da crença em Deus e tudo com o que a crença nele está relacionada.
Eu me lembro de um pequeno seminário na minha graduação no qual quase todos os membros expressavam algum tipo de vergonha devido às pressões da socialização na “vida moderna”. Um estudante tentava fugir de seu passado Batista, um outro de uma comunidade Mórmon, um terceiro fugia de seu gueto judeu, e o quarto era eu.

Socialização especifica. Uma outra grande razão para eu querer me tornar ateu foi que eu desejava ser aceito pelos poderosos e influentes cientistas do campo da psicologia. Em particular, eu queria ser aceito pelos meus professores. Como um estudante eu estava profundamente socializado com a cultura de pesquisa da psicologia acadêmica. Meus professores em Stanford, apesar de discordarem muito entre si no que se refere às teorias psicológicas, estavam unidos em apenas duas coisas – uma intensa ambição profissional e a rejeição da religião. Como diz o salmista, “Pois o ímpio gloria-se do desejo do seu coração, e o que é dado à rapina despreza e maldiz o Senhor. Por causa do seu orgulho, o ímpio não o busca; todos os seus pensamentos são: Não há Deus”.(Salmo 10.3-4).
No desenvolver disso tudo, assim como eu aprendi a me vestir como um estudante universitário colocando as roupas adequadas, eu também aprendi a “pensar” como um psicólogo adotando as idéias e atitudes corretas – isto é, idéias e atitudes ateístas.

Conveniência pessoal. Finalmente, nessa lista de superficiais, mas não menos fortes pressões irracionais para se tornar ateu, eu devo listar simplesmente a conveniência pessoal. A verdade é que é bastante inconveniente ser um crente devoto na cultura poderosa e neo-pagã da atualidade. Eu teria que abrir mão de muitos prazeres e de tempo útil. Sem entrar em detalhes não é difícil de imaginar os prazeres sexuais que teriam que ser rejeitados se eu me tornasse um crente devoto. E também eu sabia que me custaria tempo e algum dinheiro. Haveria cultos, grupos de comunhão, tempo de oração e leitura das Escrituras, tempo gasto ajudando os outros. Eu já estava por demais ocupado. Obviamente, se tornar religioso seria uma verdadeira inconveniência.

Agora talvez você pense que razões como essas estão restritas a jovens imaturos – como eu nos meus vinte e poucos anos. Entretanto, essas razões não são tão restritas. Tomo como exemplo o caso de Mortimer Adler, um conhecido filósofo Americano, escritor, e intelectual que gastou boa parte de sua vida pensando sobre Deus e a temática religiosa. Um de seus livros mais recentes é intitulado How to Think About God: A Guide for the 20th Century Pagan (1980) (Como pensar sobre Deus: Um guia para o pagão do século XX). Nessa obra, Adler examina minuciosamente os argumentos para a existência de Deus e nos capítulos finais ele está próximo a aceitar o Deus vivo. Ainda assim ele recua e continua entre “a vasta companhia dos religiosos não-comprometidos) (Graddy, 1982). Mas Adler deixa a impressão de que essa decisão é mais da vontade do que do intelecto. Como um de seus resenhistas notou (Graddy, 1982), Adler confirma essa impressão em sua autobiografia, Philosopher at Large (1976). Nessa obra, enquanto investiga as razões para já duas vezes parar quando esteve próximo de um comprometimento religioso, ele escreve que a resposta “está na vontade, e não na mente”. Adler vai além e comenta que se tornar seriamente religioso “requereria uma mudança radical no meu estilo de vida…” e “A verdade simples da questão é que eu não desejava viver como uma pessoa genuinamente religiosa” (Graddy, p.24).²

Ai está! Uma memorável admissão honesta e consciente de que ser “uma pessoa genuinamente religiosa” seria muito problemático e muito inconveniente. Tais são as razões por detrás de muito do ceticismo dos descrentes.

Resumidamente, por causa das minhas necessidades sociais, por causa das minhas necessidades profissionais de ser aceito como parte da psicologia acadêmica, e por causa das minhas necessidades por um estilo de vida conveniente – por todas essas necessidades o ateísmo era simplesmente a melhor escolha. Refletindo sobre essas motivações, eu posso afirmar honestamente que um retorno ao ateísmo é o mesmo do que um retorno à adolescência.

A Psicologia do Ateísmo: Motivações psicanalíticas.

Como sabemos, o centro da critica Freudiana à crença em Deus é que tal crença não é confiável por causa de sua origem psicológica. Isto é, Deus é uma projeção de nossos próprios e intensos desejos inconscientes; Ele é a satisfação de um desejo derivado das necessidades infantis de proteção e segurança. Visto que esses desejos são inconscientes, não deve ser dado muito crédito a qualquer negação de tal interpretação. Devemos notar que ao desenvolver esse tipo de crítica, Freud formulou um argumento ad hominem de grande influência. É na obra O Futuro de Uma Ilusão (1927, 1961) que Freud explica sua posição:
Idéias religiosas surgiram das mesmas necessidades de que surgiram todos as conquistas da civilização: da necessidade de defender-se da impetuosa e superior força da natureza. (p.21)
Logo, crenças religiosas são:
Ilusões, satisfação dos mais antigos, mais fortes, e urgentes desejos da raça humana… Como já sabemos, a pavorosa impressão de abandono na infância fez surgir o desejo de proteção – de proteção pelo amor – que foi provida pelo pai… Dessa forma a benevolente regra de Providência Divina apazigua nosso medo dos perigos da vida. (p.30)
Vamos examinar esse argumento cuidadosamente, pois apesar da aceitação entusiástica do argumento pelos ateus e céticos não-críticos, é um argumento muito frágil.

No primeiro parágrafo Freud falha em notar que seu argumento contra as crenças religiosas é, em suas próprias palavras, igualmente válido contra todas as conquistas da civilização, incluindo a própria psicanálise. Isto é, a origem psíquica de uma conquista intelectual invalida sua veracidade, então a física, a biologia, e a própria psicanálise, são vulneráveis a mesma acusação.

No segundo parágrafo Freud faz outra alegação estranha, de que os mais antigos e urgentes desejos da humanidade são de proteção e orientação amorosa por um poderoso Pai de amor, pela divina Providência. Entretanto, se esses desejos fossem tão fortes e antigos como ele alega, era de se esperar que as religiões pré-cristãs enfatizassem Deus como um pai benevolente. Em geral, isso é bem distante do caso das religiões pagãs do mundo Mediterrâneo – e, por exemplo, ainda não é o caso em muitas religiões populares como o Budismo ou o Hinduísmo. De fato, o Judaísmo e mais especificamente o Cristianismo são em muitos aspectos distintos em sua ênfase em Deus como um Pai de amor.

Entretanto, deixemos de lado essas duas gafes intelectuais e voltemos para um outro entendimento da teoria da projeção de Freud. Pode ser demonstrado que essa teoria não é realmente parte integrante da psicanálise – e, dessa forma não tem a teoria psicanalítica como fundamento de apoio. É essencialmente um argumento autônomo. De fato, a atitude crítica de Freud em relação à religião é enraizada em suas predileções pessoais e é um tipo de meta-psicanálise – ou se origina em fundamentos sem relação com seus conceitos clínicos. (Essa separação ou autonomia em relação a muito da teoria psicanalítica muito provavelmente é responsável pela influência do argumento fora do âmbito da psicanálise). Existem duas evidências para essa interpretação da teoria da projeção.

A primeira é que essa teoria foi articulada claramente muitos anos antes por Ludwig Feurbach em seu livro A Essência do Cristianismo (1841, 1957). A interpretação de Feurbach foi popular no meio dos intelectuais europeus, e Freud, quando jovem, lia Feurbach avidamente (veja Gedo & Pollock, 1976, pp.47,350) Seguem algumas significativas citações de Feurbach que esclarecem isso:
O que o homem sente necessidade – seja essa uma necessidade articulada, portanto consciente, ou uma necessidade inconsciente – é Deus (1841, 1957, p. 33)
O homem projeta sua natureza no mundo exterior a si mesmo antes de encontrá-lo dentro de si (p.11)
Viver por meio de sonhos projetados é a essência da religião. A religião sacrifica a realidade em prol do sonho projetado. (p. 49)
Muitas outras citações de Feurbach poderiam ser usadas para descrever a religião em termos “Freudianos” como satisfação-de-desejo (wish-fulfillment), etc. O que Freud fez com esse argumento foi reconstruí-lo em uma forma mais eloqüente, e publicá-lo num período posterior onde a audiência ansiosa por ouvir uma teoria como essa era muito maior. E, é claro, de alguma forma as descobertas e a própria teoria psicanalítica foram utilizadas como se apoiassem fortemente a teoria. O caráter Feurbachiano da posição de Freud que taxa a religião de ilusão é demonstrado também em noções como “a esmagadora força superior da natureza” e a “apavorante impressão de desamparo na infância”, que não são psicanalíticas em terminologia ou sentido.

A outra evidência que comprova que as bases da teoria da projeção não são psicanalíticas, vem diretamente do próprio Freud, que explicitamente afirma isso. Numa carta escrita em 1927 para seu amigo Oskar Pfister (um antigo psicanalista e pastor protestante), Freud escreveu:
Vamos ser bem claros quanto à questão de que as opiniões difundidas em meu livro (O Futuro de uma Ilusão) não são parte da teoria analítica. São minhas visões pessoais. (Freud/Pfister, 1963, p; 117)
Há outra interpretação um pouco diferente da crença em Deus que Freud desenvolveu também, mas apesar de essa teoria ter um certo embasamento psicanalítico, é na verdade, ainda, uma adaptação da teoria Feurbachiana da projeção. É a interpretação negligenciada de Freud quando ao ego ideal. O super-ego, incluindo o ego ideal é o “herdeiro do complexo de Édipo”, representando a projeção de um pai idealizado e presumivelmente do Deus-Pai (veja Freud, 1923, 1962, pp. 26-28; p.38)

A dificuldade aqui é que o ego ideal não recebeu muita atenção ou desenvolvimento nos escritos de Freud. Além do mais, é facilmente interpretado como uma adoção da teoria da projeção de Feurbach. Assim, podemos concluir que a psicanálise na verdade não provê conceitos teóricos significativos para caracterizar a crença em Deus como neurótica. Freud tanto usou a antiga teoria de projeção ou ilusão de Feurbach como incorporou Feurbach em sua noção de ego ideal. Presumivelmente, essa é a razão por que Freud reconheceu a Pfister que seu livro O Futuro de uma Ilusão, não é parte integrante da psicanálise

Ateísmo como Satisfação-de-Desejo Edipiano

Apesar de tudo, Freud de certa forma está certo ao se preocupar que a crença em Deus possa ser uma ilusão por se derivar de desejos poderosos – tanto necessidades inconscientes quanto infantis. A ironia é que ele claramente proveu uma poderosa e nova forma de entender as bases neuróticas do ateísmo. (Para um desenvolvimento detalhado dessa posição veja Vitz e Gartner, 1984a, b; Vitz, 1986, in press.)

O Complexo de Édipo

O conceito central na obra de Freud, além do inconsciente, é o bem conhecido complexo de Édipo. No caso do desenvolvimento da personalidade masculina, os aspectos essenciais desse complexo são os seguintes: Por volta do período que vai dos três aos seis anos o filho desenvolve um forte desejo sexual pela mãe. Ao mesmo tempo o filho desenvolve um intenso ódio e medo do pai, e um desejo de substituí-lo, uma “ânsia por poder”. Esse ódio é baseado no conhecimento que o garoto tem de que o pai, com sua força e tamanho, obstrui o caminho do seu desejo. O medo da criança do pai pode explicitamente ser um medo de castração pelo pai, mas mais tipicamente, tem um caráter menos especifico. O filho não quer realmente matar o pai, é claro, mas é presumido que o patricídio é uma preocupação comum em suas fantasias e sonhos. A “solução” do complexo deve ocorrer através do reconhecimento de que ele não pode substituir o pai, e através do medo da castração, que eventualmente leva o garoto a se identificar com o pai, se identificar com o agressor, e recalcar os pavorosos componentes originais do complexo.
É importante ter em mente que, de acordo com Freud, o complexo de Édipo nunca é totalmente solucionado, e é passível de retorno em períodos posteriores – quase sempre, por exemplo, na puberdade. Assim os poderosos ingredientes do ódio homicida e do desejo sexual incestuoso no contexto familiar nunca são removidos de fato. Ao invés disso, eles são cobertos e recalcados. Freud explica o potencial neurótico dessa situação:
O complexo de Édipo é o núcleo da neurose… O que permanece do complexo no inconsciente representa a disposição ao desenvolvimento de neuroses no adulto (Freud, 1919, Standard Edition, 17, 0. 193; also 1905, S.E. 7, p. 226ff; 1909, S.E., 11, p. 47)
Resumidamente, todas as neuroses humanas se derivam desse complexo. Obviamente, na maioria dos casos, esse potencial não é expresso em nenhuma maneira neurótica séria. Ao invés disso, o complexo é expresso na relação com autoridades, sonhos, atos falhos, irracionalidades transitórias, etc.
Agora, ao postular um complexo de Édipo universal como a origem de todas as neuroses, Freud inadvertidamente desenvolveu um entendimento racional da origem da rejeição de Deus na Satisfação-de-Desejo.

Além de tudo, o complexo de Édipo é inconsciente, é estabelecido na infância e, acima de tudo, sua motivação dominante é o ódio pelo pai e o desejo de sua não-existência, especificamente representada pelo desejo de substituí-lo ou matá-lo. Freud freqüentemente descrevia Deus como psicologicamente equivalente ao pai, então uma expressão natural da motivação Edipiana seriam desejos poderosos e inconscientes da não-existência de Deus. Logo, sob o ponto de vista Freudiano, o ateísmo é uma ilusão causada pelo desejo Edipiano de matar o pai e substituí-lo por si mesmo. Agir como se Deus não existisse é obviamente, uma máscara sutil do desejo de matá-lo, do mesmo modo num sonho, a imagem de um parente indo embora ou desaparecendo pode representar um desejo como esse: “Deus está morto” é simplesmente uma Satisfação-de-Desejo Edipiana desmascarada.

Certamente não é difícil de entender o caráter edipiano no ateísmo e ceticismo contemporâneos. Hugh Hefner, até James Bond, com sua rejeição a Deus mais suas inúmeras mulheres, estão obviamente vivendo o Édipo de Freud e a rebelião primitiva (e.g. Totem e Tabu). Assim também estão inúmeros outros céticos que vivem variações do mesmo cenário de permissividade sexual exploradora combinada com auto-adoração narcísica.

E, é claro, o sonho de Édipo não é apenas matar o pai e possuir a mãe ou outras mulheres no grupo, mas também retirá-lo de seu lugar. O Ateísmo moderno tem tentado alcançar isso. Agora o homem, não Deus, é conscientemente a fonte Última de bondade e força do universo. Filosofias humanistas glorificam o homem e seu “potencial” quase da mesma forma que a religião glorifica o Criador. Saímos de um Deus para vários deuses e agora cada um como deus. Essencialmente, o homem – através de seu narcisismo e desejos Edipianos – tem tentado fazer o que Satanás não conseguiu, se assentar no trono de Deus. Graças a Freud agora é mais fácil entender a profundidade neurótica e não confiável da descrença.

Um exemplo interessante da motivação Edipiana proposta aqui é Voltaire, um expoente do ceticismo que negou a noção judaico-cristã de um Deus pessoal – de Deus como Pai. Voltaire foi um teísta ou deísta que acreditava num Deus cósmico, impessoal de caráter desconhecido.

A questão psicológica importante sobre Voltaire é que ele insistentemente rejeitou seu pai – tanto que ele rejeitou o nome de seu pai e usou o nome “Voltaire”. Não é certo de onde o nome veio, mas uma interpretação aceita pela maioria é que o nome foi construído a partir das letras do sobrenome de sua mãe. Quando Voltaire estava nos seus vinte anos (em 1718), ele publicou uma peça intitulada “Édipo”, a primeira de suas peças a ser apresentada ao público. A peça reconta a clássica lenda com fortes alusões a rebelião religiosa e política. Por toda sua vida, Voltaire (assim como Freud) brincou com a idéia de que ele não era filho de seu pai. Ele aparentemente ansiava por ser de uma família aristocrática e mais importante do que sua família de classe média. (Uma expressão dessa preocupação de ter um pai mais digno é a peça Cândido). Resumidamente, a hostilidade de Voltaire ao seu próprio pai, sua rejeição religiosa ao Deus-Pai, e sua rejeição política do rei – também uma figura do pai – são todas reflexões dos mesmos desejos básicos. Psicologicamente falando, a rebelião de Voltaire contra seu pai e contra Deus são facilmente interpretadas como Satisfação-de-Desejo Edipiana, como ilusões confortadoras, e logo, seguindo Freud, como crenças e atitudes indignas da mente madura.

Diderot, o grande Enciclopedista e um renomado ateu – de fato ele é um dos fundadores do ateísmo moderno – também tinha insights e preocupações Edipianas. Freud em tom de aprovação cita a observação de Diderot:
Se o pequeno bárbaro fosse deixado por si mesmo, preservando toda sua tolice e adicionando ao pequeno sentido de criança no berço as violentes paixões de um homem de trinta anos, ele estrangularia seu pai e se deitaria com sua mãe (de Le neveau de Rameau. citado por Freud na Lição XXI de suas Lições Introdutórias (1916- 1917), S.E., 16, pp. 331-338).
Psicologia do Ateísmo: A Teoria do Pai Defectivo

Estou bem ciente do fato de que há boas razões para darmos apenas uma limitada aceitação à teoria freudiana do Édipo. De qualquer forma, é minha visão de que apesar de o complexo de Édipo ser válido para alguns, a teoria está longe de ser uma representação universal da motivação inconsciente. Visto que há necessidade de um mais profundo entendimento do ateísmo e visto que eu não conheço nenhum fundamento teórico – exceto o de Édipo – sou forçado a rascunhar um modelo próprio, ou realmente desenvolver uma não-desenvolvida tese de Freud. Em seu ensaio sobre Leonardo da Vinci, Freud fez a seguinte observação:
A psicanálise, que nos ensinou a intima conexão entre o complexo do pai e a crença em Deus, tem nos mostrado que o Deus pessoal é logicamente nada mais do que um pai exaltado e diariamente demonstra como jovens pessoas abandonam sua crença religiosa assim que a autoridade do pai não se faz mais presente (Leonardo da Vinci, 1910, 1947 p. 98).
Essa declaração não faz nenhuma afirmação sobre desejos sexuais inconscientes pela mãe, ou até algum ódio universal pelo pai. Ao invés disso, ele diz simplesmente que uma vez que a criança se desaponte ou perca seu respeito pelo pai terreno, então a crença em Deus se torna impossível. Existem, é claro, muitas formas de um pai perder sua autoridade e desapontar uma criança seriamente. Algumas dessas formas – para as quais evidências clínicas são dadas abaixo – são:
  1.  Ele pode estar presente, mas ser fraco, covarde, ou indigno de respeito – mesmo que de alguma outra forma for simpático ou “legal”.
  2.  Ele pode estar presente, mas ser abusivo tanto física, sexual ou psicologicamente.
  3. Ele pode estar ausente por motivo de morte ou por abandonar a família.
Unidas essas determinantes do ateísmo serão chamadas de hipótese do “pai defectivo”. Para apoiar a validade dessa abordagem, eu vou concluir provendo material histórico da vida de ateus proeminentes, pois foi a partir da leitura das biografias de ateus que essa hipótese veio a minha mente pela primeira vez.

Vamos começar pela relação de Sigmund Freud com seu pai. Que o pai de Freud, Jacob, foi um grande desapontamento – ou até pior – é geralmente aceito em suas biografias. (Para acesso ao material biográfico de apoio sobre Freud veja, por exemplo, Krull, 1979, e Vitz, 1983, 1986). Especificamente, seu pai foi um homem fraco incapaz de sustentar financeiramente sua família. O suporte financeiro parece ter sido provido pela família de sua esposa e outras pessoas. Além do mais, o pai de Freud era passivo em resposta ao anti-semitismo. Freud relembra um episódio que o seu pai o contou, no qual Jacob permitiu que um anti-semita o chamasse de “Judeu sujo” e derrubasse seu chapéu. O jovem Sigmund, ao ouvir a história, ficou profundamente abalado pelo fracasso do pai e pela sua fraqueza. Sigmund Freud foi um homem complexo e em muitos aspectos ambíguo, mas todos concordam que ele foi um lutador corajoso e que ele admirava profundamente a coragem nos outros. Sigmund, quando jovem, muitas vezes lutou fisicamente contra o anti-semitismo e, é claro, ele foi um dos maiores lutadores intelectuais.

As ações de Jacob como um pai defectivo, entretanto, provavelmente vão ainda mais fundo. Especificamente, em duas de suas cartas de quando já adulto Freud escreve que seu pai era um pervertido sexual e que os próprios filhos de Jacob sofriam com isso. Existem outros possíveis desastres morais que eu não me preocupei em citar.

A conexão de Jacob com Deus e a religião também estavam presentes para seu filho. Jacob estava envolvido num tipo de reforma Judaica quando Freud era criança, e os dois gastavam horas lendo a Bíblia juntos, e mais tarde Jacob se tornou cada vez mais envolvido em ler o Talmude e debater sobre as escrituras judaicas. Resumidamente, esse “cara legal” fraco e passivo, esse schlemiel, estava claramente ligado ao Judaísmo e à Deus, e também a uma séria falta de coragem e possivelmente à perversão sexual e outros fracassos que abalaram o jovem Sigmund.

Sucintamente, outros famosos ateus parecem ter tipo um tipo de relacionamento com seus pais, similar ao de Freud. Karl Marx deixou claro que não respeitava seu pai. Uma parte importante nisso foi que seu pai se converteu ao Cristianismo – não a partir de qualquer convicção religiosa – mas a partir de um desejo de tornar a vida mais fácil. Ele se converteu por conveniência. Nisso o pai de Marx quebrou uma antiga tradição familiar. Ele foi o primeiro na família que não se tornou um rabino; de fato, Karl Marx veio de uma longa tradição rabínica em ambos os lados de sua família.

O pai de Ludwig Feurbach fez algo que poderia facilmente ter ferido profundamente seu filho. Quando Feurbach tinha 13 anos, seu pai deixou sua família e abertamente foi viver com outra mulher numa outra cidade. Isso aconteceu na Alemanha no inicio do século 19 e uma rejeição pública dessa proporção seria um grande escândalo e deixaria um grande sentimento de rejeição no jovem Ludwig – e, é claro, para sua mãe e os outros filhos.

Vamos avançar cem anos e examinar a vida de uma das ateístas mais famosas da América – Madalyn Murray O’Hair. Aqui eu cito o livro mais recente de seu filho sobre como era a sua família quando ele era criança. (Murray, 1982) O livro começa quando ele tinha oito anos de idade: “Nós raramente fazíamos algo juntos como família. O ódio entre meu avô e minha mãe impedia situações como essas”.(p. 7) Ele diz que não sabia realmente o porquê do ódio de sua mãe pelo pai – mas ela o odiava, pois o capitulo de abertura conta uma briga feia na qual ela tenta matar seu pai com uma faca. Madalyn falhou mais esbravejou: “Eu vou vê-lo morto. Eu ainda te pego. Eu vou pisar da sua cova!”


Qualquer que fosse a causa do intenso ódio de O’Hair pelo seu pai é claro, no livro, que foi profundo e que remonta a sua infância – ao menos psicológico (e.g.p. 11) e possivelmente abuso físico é uma causa plausível.

Além do abuso, rejeição, ou covardia, uma forma do pai ser seriamente defectivo é simplesmente não estar presente. Muitas crianças, é claro, interpretam a morte de seu pai como um tipo de traição ou ato de deserção. Nesse aspecto é notável que o padrão de um pai morto é tão comum na vida de muitos ateus proeminentes.

Baron d’Holbach (nascido como Paul Henri Thiry), o racionalista francês e provavelmente o primeiro ateu confesso publicamente, ficou órfão aos 13 anos e viveu com seu tio. (De quem ele tomou o nome Holbach). O pai de Bertrand Russel morreu quando ele tinha quatro anos; Nietzsche tinha a mesma idade de Russell quando perdeu seu pai; o pai de Sartre morreu antes de Sartre nascer e Camus tinha um ano quando perdeu seu pai. (As informações bibliográficas foram tiradas de fontes de referência padrão). Obviamente, muito mais evidências podem ser obtidas para a hipótese do “pai defectivo”. Mas as informações já citadas são substanciais; improváveis de serem uma mera coincidência.

A psicologia de como um pai falecido ou não-existente poderia fornecer base emocional para o ateísmo pode não ser clara a primeira vista. Mas se o pai de alguém é ausente ou fraco a ponto de morrer, ou tão indigno a ponto de deserdar, então não é difícil colocar os mesmos atributos no Pai celeste.

E por ultimo, há também a experiência precoce de sofrimento, morte, de mal, algumas vezes aliadas à raiva contra Deus por permitir que tais coisas acontecessem. Raiva precoce contra Deus pela perda do pai e o sofrimento subseqüente é ainda outra e diferente psicologia da descrença, mas estreitamente ligada com a teoria do pai defectivo.

Parte dessa psicologia é clara na recente autobiografia de Russell Baker. (Baker, 1982) Russel Baker é um famoso jornalista e escritor comediante do New York Times. Seu pai foi levado para o hospital e morreu subitamente quando Russel tinha cinco anos. Baker chorou e sofreu e falou para a governanta de sua casa, Bessie:
… Pela primeira vez eu pensei seriamente sobre Deus. Entre soluços eu disse a Bessie que se Deus podia fazer coisas como essas às pessoas, então Deus era detestável e eu não precisava dEle.
Bessie me falou sobre a paz no céu e a alegria de estar entre os anjos e a felicidade de saber que meu pai já estava lá. O argumento falhou em aliviar minha ira.
“Deus ama a nós todos como Seus próprios filhos”, Bessie disse.
“Se Deus me ama, por que Ele fez meu pai morrer?”
Bessie disse que eu entenderia algum dia, mas ela estava apenas parcialmente certa. Aquela tarde, apesar de eu não ter conscientemente formulado dessa forma, eu decidi que Deus estava muito menos interessado nas pessoas do que qualquer um em Morrisonville admitiria. Naquele eu decidi que Deus não era confiável.
Após isso eu nunca mais chorei com convicção real, nem esperei muito do Deus de qualquer um além de indiferença, nem amei profundamente sem medo de que isso me custasse uma profunda dor. Aos cinco anos eu me tornei cético…(Growing Up, p. 61).
Concluo lembrando que por mais que existam motivos superficiais que prevaleçam no ateísmo do individuo, os fatores psicológicos profundos e perturbadores ainda estão presentes em muitas instâncias também. Por mais fácil que seja afirmar a hipótese do “pai defectivo”, não podemos esquecer a dificuldade, a dor e a complexidade que estão por trás de cada caso individual. E para aquele cujo ateísmo foi condicionado por um pai que o rejeitou, negligenciou, odiou, manipulou ou o abusou física ou sexualmente, tem que haver compreensão e compaixão. Certamente uma criança odiar o próprio pai é algo trágico. Apesar de tudo, a criança deseja amar seu pai. Para qualquer descrente cujo ateísmo repousa em tal experiência, o crente, abençoado pelo amor de Deus, deve orar mais especificamente para que no final ambos se encontrem no paraíso. Encontrem e experimentem grande alegria. Se for assim, talvez o ex-ateu experimentará ainda mais alegria do que o crente. Pois, além da felicidade do crente, o ateu ainda terá o incremento de se surpreender rodeado de alegria e, entre todos os lugares, na casa de seu Pai.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Adler, M. (1980). How to think about God: A guide to the twentieth century pagan. New York: Macmillan.
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Freud, S. (1927/1961). The future of an illusion. New York: Norton.
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Vitz, P.C., & Gartner, J. (1984b). Christianity and psychoanalysis, part 2: Jesus the transformer of the super-ego. Journal of Psychology and Theology, 12, 82-89.

NOTA DE RODAPÉ
¹Address: New York University, Department of Psychology, 6 Washington Place, New York 10003.
²Eu sei que há uma continuação para a história de Adler. Recentemente ouvi falar que há aproximadamente 2 anos atrás Adler se tornou Cristão-Anglicano.